Carro de Som Brasil Registro
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Registro é um município brasileiro da Região Geográfica Imediata de Registro, na Região Geográfica Intermediária de Sorocaba, no Estado de São Paulo. Localiza-se a 24º29’15” de latitude sul, 47º50’37” de longitude oeste, a sudoeste da capital, distando desta cerca de 191 km, na porção paulista do vale do Ribeira. Situa-se entre 0 e 25 metros acima do nível do mar e seu clima é classificado como subtropical úmido. O município é formado somente pelo distrito sede, que inclui o Bairro Serrote.[7][8]
Registro possui cerca de 80 bairros distribuídos em 722,411 quilômetros quadrados de área. A diversidade cultural e econômica e a concentração populacional fazem com que Registro seja conhecida como “Capital do vale do Ribeira”, ou também como “Capital do Chá”, em alusão a um dos principais produtos exportados pelo município, principalmente até meados da década de 1990.
Conforme Decreto nº 50.652 (de 30 de março de 2006), o município é oficialmente Marco da Colonização Japonesa no Estado de São Paulo porque teria sido a primeira localidade a receber imigrantes japoneses interessados em investir em produção própria no Estado de São Paulo. O Conjunto Iguape (colônias de Registro, Sete Barras e Katsura ou Jiporuva) foi cronologicamente a primeira grande colônia formada por japoneses no Brasil, e também a primeira entre as colônias fundadas por capital privado nipônico.
História
Até o momento, os mais antigos testemunhos da presença humana no Vale do Ribeira são provenientes do abrigo Maximiano, um sambaqui fluvial em abrigo de caverna datado de 9.810 +- 150 anos AP (datação calibrada), localizado no município de Iporanga[9]. Além disso, diversos estudos arqueológicos demonstram que o rio Ribeira de Iguape era uma das poucas vias de comunicação entre o litoral e o planalto, já que as escarpas da Serra do Mar dificultavam consideravelmente o estabelecimento de caminhos[10]. Embora a datação obtida no abrigo Maximiano ainda seja alvo de discussões entre os pesquisadores, sendo necessárias mais pesquisas para que se possa entender a ocupação do vale por diversas populações, é consenso que esta região vem sendo habitada a mais tempo do que se supunha[11]. Por conseguinte, no chamado Médio Ribeira (sub-área geográfica em que o município de Registro se localiza) também foram encontrados instrumentos líticos – machados, raspadores e pontas de projétil – relacionados à tradição tecnológica Umbu, datados de 1.300 anos atrás[12].
De acordo com as fontes históricas e arqueológicas disponíveis até o momento, a região do Vale do Ribeira era habitada por grupos carijós e guaianás na época em que os primeiros europeus chegaram ao atual litoral brasileiro[13][14]. Os primeiros, falantes de um idioma pertencente ao tronco Tupi, habitavam extensas áreas do litoral meridional brasileiro, havendo relatos de seus assentamentos próximos à Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. Já os Guaianás (também chamados de Guaianazes ou Guaianãs)[14] falavam um idioma pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê sendo atualmente considerados ancestrais dos Kaingangs[15][16]. Segundo consta, seus assentamentos eram mais frequentes no planalto paulista, próximos às calhas de rios como o Paranapanema e Tietê. Relatos etnográficos apresentam esses grupos indígenas como agricultores, consumidores de mandioca e de milho, cultivando também diversas espécies não alimentícias, como cabaças, tabaco, algodão e urucu. Suplementavam a dieta com coleta de frutos, raízes e nozes silvestres, além da caça[15]. O Padre Jácome Monteiro, ao visitar a Capitania de São Paulo no início do século XVII, escreveu o seguinte relato sobre Carijós e Tapuias (outro nome por vezes dado aos indígenas falantes de idiomais Macro-Jê)[17]:
“É esta nação dos Carijós a última, de todas as do Brasil, que habita para o Sul, e aquela onde fenece a conquista da Coroa de Portugal, das mil e cento e sessenta léguas, que domina por costa, começando do Grão Rio Pará, até o Rio da Prata, chamado Paraguai. Estende-se o distrito deste gentio, por espaço de cento e sessenta léguas por costa, que corre de Nordeste a Sudoeste, que tantas se contam desta Ilha de Santa Catarina até o Rio da Prata e vai entestar com os Charruas; e de Oriente a Poente, ficam metidos os Carijós entre dois paralelos, que os cingem pelo Oriente o mar oceano, e pelo Poente uma nação mui fera de Tapuias, que chamam Guaianás. Assim viveram sempre os Carijós fechados, sem nunca apoderem ganhar mais terra que a em que nasceram, porque o mar antes a come que não dá, e os Guaianás defendem a sua como cavaleiros, que na verdade são mui esforçados. Contudo não é esta manta de terra tão estreita que se não alargue a lugares por espaço de cento e cinquenta léguas”
A chegada dos europeus no Vale do Ribeira, assim como em outras partes do litoral e planalto paulista, implicou tanto no apresamento quanto na conversão de milhares de indígenas, bem como na paulatina migração destes para outras áreas mais afastadas da agora chamada América Portuguesa. Por outro lado, a presença indígena no Vale ainda pode ser observada na reserva indígena Takuarí (município de Eldorado) e nas terras tradicionalmente ocupadas de Pindoty/Araçá-Mirim (municípios de Pariquera-Açu, Cananeia e Iguape), Tapyi/Rio Branquinho (município de Cananeia), Guaviraty (município de Iguape) e Kaaguy Hovy (município de Iguape)[18]. A influência indígena se manteve presente também de outras formas, como na técnica da coivara e nos métodos de pesca, bem como nos termos linguísticos e toponímias utilizadas e adaptadas nas comunidades ribeirinhas e negras[19].
Ciclo do ouro
Assim como em outras localidades do Vale do Ribeira, a origem do povoado de Registro está diretamente relacionada à procura de ouro por meio de vias fluviais no rio Ribeira de Iguape. De acordo com Ernesto Young, autor de livros sobre a fundação do município de Iguape, já nas primeiras décadas do século XVI os primeiros colonizadores portugueses teriam conhecimento do potencial minerário regional[20]. Com efeito, em meados do século XVII as primeiras jazidas de ouro na América Portuguesa foram descobertas na região do Médio Ribeira, contexto que favoreceu a criação de aproximadamente doze núcleos populacionais na região[13].
O ouro de aluvião era garimpado em Xiririca (atual Eldorado) nos rios Pedro Cubas, Taquari, Sapatu, Nhunguara e Pilões, bem como nos rios Etá, Quilombo e Ipiranga (em trechos atualmente localizados no município de Sete Barras), sendo posteriormente transportado em canoas[21]. O interesse da metrópole portuguesa nesses primeiros momentos da exploração aurífera em sua colônia também provocou a transferência da Casa de Fundição de Ouro de Paranaguá para Iguape em 1653, a fim de fiscalizar a extração e o envio de 20% da carga aurífera para a Coroa de Portugal.[21][22][23]
A necessidade de fiscalização do ouro garimpado, por parte da Coroa Portuguesa, resultou no estabelecimento de uma casa do Fisco à margem direita do rio Ribeira de Iguape, nas terras da vila de Nossa Senhora das Neves de Iguape. Segundo algumas fontes, a edificação estaria localizada onde hoje se cruzam as ruas Dom Pedro II e Miguel Aby-Azar, localidade popularmente denominada como “Morro da Espia”[24][25]. Com isso, a presença de agentes da Coroa portuguesa encarregados de revistar e registrar as mercadorias, bem como cobrar o Quinto e enviá-lo para fundição e cunhagem, resultou no surgimento de um povoado no entorno desse porto fluvial de registro do ouro, dando origem à sede atual do município de Registro[26]. Essa narrativa é citada em uma publicação de Ernesto Young, datada de 1902[27]:
“Houve uma epoca em que o extravio conhecido era tão grande que o Governo, para evital-o, mandou edificar uma casa na margem do rio Ribeira, em logar onde os mineiros, descendo em canoas eram obrigados a passar, sendo ahi estabelecido um guarda fiscal para revistar os mineiros e registrar a quantidade de ouro que traziam para a villa. O logar onde foi estabelecido essas guarda é conhecido até hoje pelo nome de ‘Registro’.”
O povoamento nos arredores da casa de Fisco deve ter sido significativo o suficiente para ser elevada à condição de freguesia na década de 1760. De acordo com uma carta data de 7 de agosto de 1768, assinada pelo coronel Afonso Botelho de Sampaio e Sousa e enderaçada ao governador da Capitania de São Paulo, Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, a chamada freguesia do Registro já contava com um padre para ministrar as missas. O primeiro pároco chamava-se João da Silva, e sua chegada foi acompanhada de reivindicações dos moradores junto à Coroa Portuguesa em prol da construção de uma igreja[28]. Um outro documento, datado de 12 de outubro de 1773, informa que a freguesia era chamada Santo Antônio do Registro[29].
Em fins do século XVII, entretanto, a mineração na região já demonstrava seus primeiros sinais de esgotamento. Com a descoberta das minas de ouro em Minas Gerais e Goiás, muitos dos garimpeiros do Vale do Ribeira emigraram, deixando a atividade mineradora em relativo abandono[21]. Embora a mineração aurífera no Vale do Ribeira tenham se mantido como uma atividade econômica significativa durante todo o século XVIII, mantendo um núcleo colonizador relativamente bem sucedido, o ciclo do ouro regional já chegava ao seu fim. No século XIX, apenas algumas localidades ainda eram exploradas em busca de jazidas, dentre elas a área entre Pedro Cubas e o atual distrito do Batatal (localizado no município de Eldorado), nas margens do rio Ribeira. A fiscalização do ouro extraído seguia ocorrendo de forma rigorosa na freguesia de Registro, entretanto, a ponto de moradores de Xiririca se queixarem junto à Câmara da Vila de Iguape em 1807[24]. Ainda assim, em termos gerais, a mineração aurífera foi inevitavelmente tornando-se secundária para o contexto econômico das freguesias do Médio Ribeira.[13]
A perda de importância econômica da atividade mineradora criou um ambiente mais estável para a agricultura local, proporcionando o surgimento de pequenos produtores rurais livres[30]. Até então, a produção agrícola durante o auge do ciclo do ouro era incipiente, limitando-se à subsistência da população local, sendo por vezes incapaz de prover suficientemente os povoados[21]. A partir do início do século XIX, mais especificamente com a chegada da família real portuguesa, a rizicultura se tornou predominante nos povoados do Vale do Ribeira, alcançando seu apogeu entre 1840 e 1860[31]. Ainda assim, as fazendas de arroz aparentemente demandavam menos mão-de-obra escrava do que as atividades de mineração, fazendo com que a proporção entre a população livre e escravizada começasse a se inverter em todo os povoados, com maior presença dos primeiros, como demonstram os censos demográficos desse período[13]. Por outro lado, a precariedade dos caminhos terrestres da região, os quais ligavam os povoados do Vale do Ribeira à Capital e ao porto de Santos, prejudicavam consideravelmente o estabelecimento de uma atividade econômica estável voltada para a exportação de arroz. Richard Francis Burton, cônsul britânico que teria percorrido o Vale do Ribeira em 1866, teceu críticas fortes ao estado dessas rotas, declarando para a Revista Comercial de Santos que os caminhos da região seriam piores do que os encontrados na África Central.[21][32]
Dessa forma, também o cultivo do arroz não se manteve como atividade lucrativa por muito tempo, especialmente para as grandes fazendas locais. As técnicas de plantio utilizadas, relativamente rudimentares para os padrões da segunda metade do século XIX, aliada à dificuldade de escoamento da produção, acabaram por levá-la à decadência[31]. A crise na produção do arroz e o assoreamento do porto de Iguape em fins do século XIX, via principal de escoamento comercial regional, contribuíram ainda mais para a desestruturação dessa atividade econômica. A produção agrícola passou a ser predominantemente de subsistência, sendo o eventual excedente agrícola dos pequenos produtores do povoado de Registro comercializado junto aos moradores da sede do município de Iguape, bem como Pariquera-Açu e Cananeia[31][33]. Assim, enquanto as fronteiras agrícolas de outras regiões paulistas foram expandidas pela cafeicultura, o Vale do Ribeira mantinha-se isolado desse ciclo econômico. Tornou-se, nas palavras de alguns autores do início do século XX, os quais entendiam esse processo como uma evidência do atraso da região, um “Sertão do Litoral”[34], à espera do “desbravamento” de suas terras.
De acordo com Pasquale Petrone, geógrafo que pesquisou a região nos anos 1960, no começo do século XX o povoado de Registro consistia em duas ou três casas de pau a pique, cujo acesso e via de transporte seguia sendo o rio Ribeira[35]. Embora não existam registros materiais ou escritos que nos deem mais detalhes da Registro do século XIX e da primeira década do século XX, sabe-se que esta não seguiu nenhum plano urbanístico geralmente associado ao período colonial[34].
Imigração Japonesa

Como forma de remediar os vazios demográficos da região, tentou-se a mesma política já utilizada em outras regiões paulistas: o incentivo à criação de colônias de imigrantes. Consequentemente, em oito de março de 1912, o Governo do Estado de São Paulo selou contrato de doação de 50 mil hectares de terras não cultivadas na região de Iguape (atualmente pertencente ao município de Registro), sem ônus, ao Tōkyō Syndicate (Sindicato de Tóquio). Este, por sua vez, deveria repassá-lo, em um prazo de quatro anos, para cerca de duas mil famílias japonesas dispostas a emigrar para o Brasil[33]. Em 1913, a empresa de colonização Brasil Takushoku Kabushiki Kaisha (Sociedade Colonizadora do Brasil/BTKK) sucedeu o Sindicato Tóquio neste contrato de assentamento. Após fundar a Colônia Iguape, em 1919 a BTKK foi incorporada na Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha (Companhia Ultramarina de Empreendimentos S.A./KKKK)[33].
Filial da Companhia Imperial Japonesa de Imigração, a KKKK atuou de 1912 a 1937 na gestão e na infraestrutura das colônias de japoneses em diversos países. A companhia também foi responsável pelo estabelecimento de mais de 450 famílias na colônia de Registro, onde foi autorizada a funcionar a partir de 1918. Segundo algumas fontes, a empresa estabeleceu um modelo de financiamento para os colonos, os quais tinham direito a 300 ienes por pessoa. Contudo, assim como com outras empresas de imigração que atuavam em outras regiões do Brasil, endividamentos subsequentes dos colonos – os quais necessitavam de alimentos, roupas, ferramentas e toda estrutura básica para seu estabelecimento adequado nas terras – ocorriam com frequência[34].
A KKKK tinha como sede em Registro o conjunto atualmente conhecido como Casarão do Porto, sendo este composto por quatro galpões de armazenamento e um edifício com instalações de engenho de beneficiamento de arroz e equipamento de calderaria[33]. Com a suspensão das atividades da KKKK na região em 1938, o conjunto passou por diversas adaptações, servindo para fins sociais e culturais do município até os dias de hoje[36].
Dos três núcleos coloniais iniciais (Katsura, Sete Barras e Registro), o maior e mais bem sucedido economicamente foi justamente o que daria origem ao município de Registro[33]. O primeiro ingresso de colonos japoneses em Registro ocorreu em 1917, consistindo em quatro famílias pioneiras. As primeiras 30 famílias chegaram ao povoado da Colônia Iguape em novembro de 1913. Em 1917, o número de famílias japonesas já chegava a 1.060, totalizando 5.121 pessoas na Colônia, a maioria em Registro. Como forma de facilitar o estabelecimento adequado das famílias, tanto a KKKK quanto os novos proprietários das terras abriam e conservavam estradas de terra, até então precárias e em pouco número no povoado[34].
Em um primeiro momento, havia o interesse no estabelecimento de uma produção cafeeira, até então inexistente no Vale do Ribeira. Contudo, o clima extremamente úmido da região, bem como a inexperiência dos imigrantes japoneses com esse tipo de cultivar, fez com que essa primeira empreitada fosse mal-sucedida[33]. Por outro lado, a opção pela rizicultura – outrora tão importante economicamente para a região – se mostrou acertada, fazendo do povoado de Registro o maior produtor de arroz do Estado de São Paulo. A localidade possuía instalações de armazenamento e beneficiamento do cereal, produzido por cultura irrigada. Além do arroz, os imigrantes japoneses também estão relacionados com o cultivo do chá e do junco.
Segundo consta, a cultura do chá preto (Thea sinensis L.) prosperou nos solos da baixada do rio Ribeira de Iguape devido à sua acidez. Em 1919, por sua vez, o imigrante Torazo Okamoto chegou a Registro, sendo atribuída a ele a introdução de sementes de chá chinês (Thea assamica Mast) na região, visando o consumidor japonês de chá verde. Em 1934, também com o objetivo de produzir chá preto para o consumidor brasileiro, Torazo trouxe do Ceilão (atual Sri Lanka) algumas sementes de chá-da-índia da variedade Assam. As mudas conseguidas por Torazo acabaram por se tornar as matrizes do chá ainda produzido em Registro, ainda que o declínio do preço desse produto tenha culminado na drástica diminuição do seu cultivo a partir da década de 1950[34].
Da mesma forma, é atribuído ao imigrante Shigeru Yoshimura a introdução de algumas mudas de Juncus deeipens Nakai de Okayama (região de Chugoku, na ilha de Honshu, no Japão) em 1931. Três anos depois trouxe o tear apropriado para a confecção de esteiras. A produção resultou na instalação da primeira e única fábrica da América Latina que confecciona o tatame artesanal (tipo de colchonete utilizado na prática de artes marciais), ocorrida em 1955.
Paralelamente, em 1915, de forma a facilitar o contato entre o Porto de Santos e os principais núcleos habitacionais do Litoral Sul Paulista e do Vale do Ribeira, foi inaugurada a Linha Santos-Juquiá. Com cerca de 243 quilômetros de extensão, essa linha ferroviária possibilitou a exportação da produção agrícola da região, agora consideravelmente maior graças aos esforços da colônia japonesa. Ainda assim, a extensão do citado ramal ferroviário até Registro só ocorreria na década de 1980, apesar das reivindicações de moradores e produtores rurais regionais[34][37].
Assim como em outros momentos da história de Registro e região, a década de 1950 viu o surgimento de um novo ciclo produtivo agrícola, logo se tornando o principal cultivar regional: a banana. Nas palavras de Vicente Unzer de Almeida, autor de um estudo sobre a produção agrícola de Registro em 1957: “Até mesmo nas encostas de morros e nos grotões o capuava derrubou as matas, queimou-as e fabricou carvão e, em seu lugar, erguem-se extensos bananais. Calcula-se aproximadamente em 160 milhões de cachos a produção em todo o Vale do Ribeira e Linha Santos-Juquiá”[34]. De acordo com o mesmo, nessa época a banana era responsável pela maior parte da renda gerada em Registro, sendo também o principal cultivar em termos de área plantada.
Uma das consequências do sucesso econômico da colônia foi o crescimento populacional da vila de Registro, sendo transformado em distrito do município de Iguape em 17 de setembro de 1934, através do Decreto n.° 6.665[26]. Finalmente, em 30 de novembro de 1944, é assinado o Decreto-Lei Estadual n.° 14.334, sendo criado o município de Registro. Formado até então pelos distritos de Registro e Sete Barras, o município contava com 19.664 habitantes em 1950, embora algumas fontes já apontassem para um ligeiro êxodo populacional (principalmente colonos japoneses e seus descendentes) em direção à Capital logo após o fim da Segunda Guerra[34]. Ainda assim, o predomínio demográfico e econômico japonês em Registro se manteve durante essa década, chegando estes a deter cerca de 60% das propriedades rurais e a maioria dos estabelecimentos comerciais[34].
Catedral São Francisco Xavier
Em 31 de agosto de 1926 foi lançada a pedra fundamental da Igreja, com a benção de Dom José Maria Pereira de Lara. Há no centro da fachada simétrica, duas pilastras retas que emolduram a imagem de São Francisco Xavier.
O santo, cofundador da Companhia de Jesus, foi um dos mais importantes missionários católicos, cujo epíteto é “Apóstolo do Oriente”, por ter pregado no oriente e morrido na China. A construção da Igreja foi uma obra dos colonizadores japoneses que teve início em 1928 e inaugurada em 11 de maio de 1933.
Apesar dos imigrantes japoneses, em sua maioria, não serem cristãos, contribuíram maciçamente com recursos materiais e trabalho na construção do espaço religioso, em respeito à devoção local; mais tarde, muitos se converteram ao catolicismo.[38]
Geografia
A cidade localiza-se na região intermediária de Sorocaba e região imediata de Registro. Quanto ao relevo, é caracterizada pela província costeira e, quanto à vegetação, pelas florestas úmidas de encosta. A área do município é de 724,11 km². Seus limites estão ao Norte por Juquiá, ao Sul por Jacupiranga e Pariquera-Açu, a Leste por Iguape e a Oeste por Eldorado e Sete Barras.[39]
Situada no Médio Ribeira, na Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape, apresenta rios de menor extensão, como o Carapiranga, o Guaviruva, o Capinzal e o São Francisco. O Rio Ribeira de Iguape, último grande rio do Estado de São Paulo que ainda corre livremente da nascente até a foz, serviu para escoar o ouro explorado no Alto Ribeira, o arroz produzido em Registro, além de transportar produtos agrícolas e outras mercadorias em vapores de roda. O município não abriga nenhuma Unidade de Conservação mas constitui uma área da zona de transição da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
Registro está situada a 187 km de São Paulo (SP), 221 km de Curitiba (PR), 170 km de Sorocaba, 182 km de Santos e a 260 km de Campinas, sendo que o acesso às capitais paulista e paranaense se realiza por meio da Rodovia Régis Bittencourt. Outra rodovia que liga o município a outras cidades é a SP-139 (Registro/São Miguel Arcanjo/SP-127/Itapetininga). A posição geográfica mostra-se, pois, bastante privilegiada (rota para as regiões Sul/Sudeste do Brasil e para o Mercosul).
Em 1981, com a construção da estação de novas pequenas estações de trem, como a de Registro, o ramal Santos-Juquiá foi prolongado pela Ferrovia Paulista Sociedade Anônima (Fepasa), já dona da linha desde 1971, até Cajati, basicamente para atender as mineradoras do vale do Ribeira e as fábricas de fertilizantes da região. A linha seguiu ativa para trens de carga que passavam quase diariamente, transportando enxofre do porto de Santos para Cajati, até o início de 2003, quando barreiras caíram sobre a linha na região do Ribeira. O transporte foi suspenso e a concessionária Ferrovia Bandeirantes Sociedade Anônima (Ferroban) desativou a linha, que foi coberta por matagal. O prolongamento do ramal Juquiá-Cajati não atendia a passageiros.
Clima
O clima do município pode ser classificado como Subtropical Úmido, isto é, sem estação seca, com as quatro estações do ano caracterizadas, com invernos brandos e verões quentes e úmidos. Esse tipo de clima é comum na faixa litorânea e na região sudoeste do estado de São Paulo.
Devido à baixa altitude, relevo plano, muita densidade da Mata Atlântica e a maritimidade, pela proximidade do Oceano Atlântico, as temperaturas tendem a ser mais elevadas em relação a outras localidades na mesma latitude. Nos meses quentes, mesmo em dias nublados, o forte mormaço eleva a temperatura da região, ocasionando um certo desconforto, já no inverno é muito comum a formação de nevoeiros ao amanhecer, o que aumenta a sensação de frio. Na classificação climática de Köppen-Geiger, o município apresenta clima classificado como Cfa.[40]
Segundo dados do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO/SP), desde novembro de 1994 até fevereiro de 2021 a menor temperatura registrada em Registro foi de 1 °C em 14 de junho de 2016 e a maior atingiu 43 °C em 3 de outubro de 2020. O maior acumulado de chuva em 24 horas foi de 158,7 milímetros (mm) em 26 de janeiro de 2004.[41]
[Esconder]Dados climatológicos para Registro | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 40,6 | 40,7 | 39 | 37,6 | 34,9 | 33,3 | 34,4 | 37,3 | 40,5 | 43 | 40,4 | 41,1 | 43 |
Temperatura máxima média (°C) | 30,9 | 31,3 | 29,8 | 28,3 | 24,9 | 23,3 | 22,9 | 23,8 | 24,6 | 26 | 27,7 | 30 | 27 |
Temperatura média (°C) | 26,4 | 26,6 | 25,4 | 23,8 | 20,7 | 19,1 | 18,5 | 19,2 | 20,4 | 22 | 23,4 | 25,4 | 22,6 |
Temperatura mínima média (°C) | 21,8 | 21,9 | 21,1 | 19,4 | 16,4 | 14,9 | 14,1 | 14,6 | 16,2 | 18 | 19,1 | 20,8 | 18,2 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 15,4 | 16,6 | 14 | 10 | 5 | 1 | 2,6 | 6 | 4,6 | 9,4 | 10 | 13,2 | 1 |
Precipitação (mm) | 270,6 | 224,6 | 167,6 | 79,8 | 83,4 | 79,6 | 82,8 | 57,7 | 104,3 | 121,5 | 127,5 | 167 | 1 566,4 |
Fonte: CIIAGRO/SP – Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (climatologia: 1994-2020;[42][43][44] recordes de temperatura: 01/11/1994 a 21/02/2021)[41] |
Demografia
Sua população estimada pelo IBGE em 2019 foi de 56 322[4] habitantes, com uma densidade demográfica de 75,11 habitantes por quilômetro quadrado. Segundo o censo de 2010, 26.656 habitantes (49,1%) eram homens, e 27.605 habitantes (50,9%) eram mulheres. Ainda segundo o mesmo censo, 88,8% da população era urbana (48.169 habitantes viviam na zona urbana e 6.092 na zona rural).[45]
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.